Press Release
Corporativo Nov 21, 2019 8:00 AM
A thyssenkrupp avança na reestruturação do Grupo | A dinâmica econômica global mais fraca impactou os lucros do exercício de 2018/2019
- O recém-formado Comitê Executivo estabelece prioridades para a reestruturação do Grupo: performance, elevadores, siderurgia e organização
- Transação da ET: forte interesse de investidores estratégicos e financeiros; preparativos internos para a abertura de capital até o fim do ano
- A entrada de pedidos e as vendas aumentaram 1% no exercício de 2018/2019, atingindo a meta revisada de ganhos com um EBIT ajustado de € 802 milhões
- Previsão cautelosa para 2019/2020: previsão de EBIT ajustado no nível do ano anterior
No ano fiscal passado, a thyssenkrupp registrou um ligeiro crescimento em um ambiente econômico difícil. A entrada de pedidos e as vendas aumentaram para 42,0 bilhões de euros, crescimento de 1% em relação ao ano anterior. As empresas de bens de capital deram uma grande contribuição para esse aumento. Nas empresas de materiais, por outro lado, o crescimento foi desacelerado pela economia global cada vez mais fraca, a substancial desaceleração no setor automotivo e a contínua alta pressão das importações sobre o aço. Isso foi acompanhado por um aumento maciço nos preços das matérias-primas. Esses fatores também impactaram os resultados operacionais, especialmente nos negócios de componentes automotivos e materiais. O EBIT ajustado do Grupo de 802 milhões de euros (1,4 bilhão de euros no ano anterior) está em linha com o ajuste da previsão realizado em agosto de 2019 (“aproximadamente 0,8 bilhão de euros”).
“O desempenho de muitas de nossas empresas não é satisfatório. Isso também se deve ao fato de que as melhorias estruturais necessárias e as medidas de reestruturação não foram implementadas com os resultados necessários. Vamos cuidar disso agora, de forma rápida e sistemática”, disse Martina Merz, CEO da thyssenkrupp AG.
Nesse contexto, o recém-formado Comitê Executivo estabeleceu quatro prioridades claras e está focando no tópico performance, na transação da Elevadores, na viabilidade futura do negócio siderúrgico e no desenvolvimento futuro da organização.
“Performance em primeiro lugar”: novas decisões foram tomadas
O objetivo principal da empresa continua sendo o de aumentar a performance dos seus negócios. Inúmeras medidas já estão em andamento em todas as áreas.
Martina Merz: “No momento, não estamos fechando os olhos para nada na empresa. Vemos muitos negócios nos quais a melhoria de performance é uma prática diária. Existem empresas do grupo que estão entre as melhores em seus setores. Mas isso não pode esconder a urgente necessidade de ação que vemos em outras unidades”.
O Comitê Executivo tomou novas decisões a esse respeito nas últimas semanas: a Industrial Solutions focará no turnaround operacional. Ao mesmo tempo, a thyssenkrupp vê oportunidades para desenvolver ainda mais os diversos negócios de engenharia de plantas industriais juntamente com parceiros, ou então sob um novo teto. Para esse fim, neste momento, as informações sobre o negócio estão sendo preparadas na forma dos chamados fact books, a fim de estabelecermos rapidamente uma base sólida para discussões com possíveis partes interessadas.
O processo de reestruturação já começou na System Engineering. Haverá uma redução de cerca de 640 postos de trabalho. No geral, a thyssenkrupp destinou um valor de algumas centenas de milhões de euros para as medidas de reestruturação pendentes no atual exercício.
A thyssenkrupp espera que todas as medidas de performance iniciadas resultem em melhorias operacionais que, contudo, não terão ainda os seus resultados computados no exercício fiscal corrente. Além disso, a atual economia fraca continuará pesando nas margens dos negócios. As possíveis alterações no portfólio também terão impacto nos principais números financeiros do Grupo. Isso mudará a base geral para atingir os objetivos do Grupo. A thyssenkrupp não alcançará, portanto, as metas de médio prazo estabelecidas em agosto de 2018 para o exercício de 2020/2021, conforme planejado. No entanto, os objetivos associados às metas de médio prazo permanecem inalterados. Mas os negócios atingirão suas metas em momentos diferentes, de acordo com seus ciclos específicos.
“Pista Dupla” para a Elevadores: os preparativos estão no prazo
Para aumentar a flexibilidade financeira visando a reestruturação do Grupo, a thyssenkrupp está avançando com a transação planejada da Elevadores como segunda prioridade. O Grupo permanece com uma abordagem de duas frentes e está trabalhando com todas as opções. Os preparativos são cronometrados de forma que a thyssenkrupp possa tomar uma decisão sólida no primeiro trimestre de 2020 sobre quais opções deverá buscar prioritariamente. Os preparativos internos para uma oferta pública de ações serão concluídos até o fim do ano. A thyssenkrupp já recebeu ofertas indicativas de investidores estratégicos e financeiros. Baseada em due diligence, a thyssenkrupp espera para o próximo ano ofertas vinculativas (binding offers) como base para possíveis negociações.
Está em curso o conceito futuro para a área siderúrgica
Como prioridade número três, o Grupo abordará questões de performance e desafios estruturais no setor siderúrgico. O objetivo é dar ao aço uma perspectiva de longo prazo. Para esse fim, o Comitê Executivo da Steel está trabalhando em um conceito para o futuro, que será apresentado inicialmente ao Conselho de Administração da thyssenkrupp Steel Europe AG em dezembro e discutido com os órgãos de codeterminação.
Organização: A sede com nova função – otimização dos negócios
A quarta prioridade é um maior desenvolvimento da organização. Com hierarquias mais planas e um estilo de colaboração mais direto, uma nova organização deverá fortalecer ainda mais a responsabilidade direta das empresas. No fim de setembro, a thyssenkrupp já havia apresentado internamente o quadro da futura estrutura. Como exemplo, o Grupo está eliminando a organização matricial. Na Components Technology e na Industrial Solutions, as unidades de gestão serão essencialmente dissolvidas. Na sede, o número de cargos corporativos será reduzido de 15 para 10. A equipe de quase 800 funcionários em nossa matriz será reduzida para cerca de 430 ao longo dos próximos 12 meses.
Ano fiscal anterior 2018/2019 foi fortemente impactado por efeitos externos
Apesar da dinâmica de mercado cada vez mais fraca no decorrer do ano, principalmente no setor automotivo, a área de negócios Components Technology melhorou significativamente a entrada de pedidos e as vendas na comparação ano a ano. Os aumentos resultaram principalmente de componentes industriais (energia eólica, máquinas para construção, caminhões pesados). Por outro lado, o fraco desempenho dos componentes para automóveis de passageiros na China foi evidente. A demanda também caiu na Europa Ocidental e nos EUA. Isso teve um impacto negativo no resultado operacional da área de negócios. Os lucros continuaram sendo impactados pelas contribuições negativas dos lucros de molas e estabilizadores. Graças ao desempenho positivo dos negócios de componentes industriais, o EBIT total ajustado de € 233 milhões da Components Technology foi significativamente superior ao valor do ano anterior (€ 197 milhões), que foi impactado por questões de qualidade.
Na área de negócios Elevator Technology , a thyssenkrupp registrou entrada de pedidos no valor de 8,2 bilhões de euros no exercício passado – um novo recorde. Entre os fatores contribuintes estão vários projetos importantes na China e outro em Sydney, na Austrália. A área de serviços cresceu principalmente nos EUA e na Ásia. As vendas aumentaram 5% em comparação com o ano anterior. O EBIT ajustado também melhorou em 5%, para € 907 milhões. Os principais fatores foram a implementação do programa de performance, que fez contribuições positivas por meio da otimização e reestruturação do desempenho, além do crescimento significativo dos negócios de serviços. Um EBIT ajustado visivelmente melhor na China compensou em grande parte os preços mais altos dos materiais nos EUA. Em especial, as melhorias significativas na margem no segundo semestre do ano confirmam a recente tendência positiva.
A Industrial Solutions aumentou suas vendas em 10% no ano fiscal passado. A construção de plantas químicas foi um dos principais fatores que contribuíram para esse aumento. A entrada de pedidos foi menor em relação ao ano anterior devido à restrição na obtenção de grandes projetos. Os lucros foram mais fracos do que no ano anterior. Isso ocorreu devido às margens mais baixas nos projetos em andamento e a uma subutilização parcial da capacidade. No geral, a Industrial Solutions registrou um EBIT ajustado negativo de € (170) milhões (€ (127) milhões no ano anterior).
O negócio naval mais que triplicou sua entrada de pedidos no exercício passado. Uma grande encomenda de quatro fragatas para o norte da África no quarto trimestre teve um efeito particularmente positivo. As vendas também aumentaram significativamente. Isso e a ausência de despesas pontuais do projeto no ano anterior levaram a um resultado operacional significativamente melhor. A Marine Systems encerrou o ano de 2018/2019 com um resultado ligeiramente positivo de € 1 milhão (€ (128) milhões no ano anterior). O EBIT ajustado, no entanto, continua sendo impactado pelas baixas margens nos projetos em andamento.
A área de negócios Materials Services também sentiu o impacto de incertezas econômicas e o difícil ambiente de mercado no setor automotivo. A entrada de pedidos e as vendas foram significativamente negativas. A queda dos preços de mercado e uma demanda muito fraca, sobretudo nos negócios de armazenamento e comércio direto, bem como nos centros de serviços relacionados à indústria automobilística na Europa, tiveram um impacto negativo nos negócios e levaram a significativos efeitos negativos. O movimento positivo na América do Norte não foi capaz de compensar isso. Consequentemente, o EBIT ajustado de € 107 milhões ficou significativamente abaixo do nível alto do ano anterior (€ 317 milhões).
O desempenho dos negócios da Steel Europe foi especialmente influenciado no início do exercício passado por fatores especiais - especialmente a maré baixa histórica do rio Reno e o novo teste de emissões WLTP, que causou prejuízos temporários na produção da indústria automobilística. À medida que o ano avançava, os negócios também foram atingidos pela desaceleração geral do mercado, em especial devido a uma queda perceptível na demanda da indústria automobilística. A entrada de pedidos e as vendas caíram em comparação com o ano anterior. O EBIT ajustado diminuiu para 31 milhões de euros (687 milhões de euros no ano anterior). Além do declínio significativo das entregas, os custos de matérias-primas drasticamente mais altos, especialmente do minério de ferro, e os efeitos negativos da taxa de câmbio também tiveram um impacto.
A thyssenkrupp está progredindo significativamente mais rapidamente do que o planejado na redução de custos administrativos na sede e na organização regional. Como resultado, os custos corporativos no exercício passado foram reduzidos para € (306) milhões (€ (377) milhões no ano anterior).
Principais números do exercício de 2018/2019
No total, a thyssenkrupp registrou um prejuízo líquido de € (260) milhões no exercício de 2018/2019 (€ (12) milhões no ano anterior). Isso também inclui o aumento da provisão para riscos de processos antitruste e despesas de reestruturação no segundo trimestre. Após a dedução da participação minoritária, o prejuízo líquido foi de € (304) milhões (€ (62) milhões no ano anterior); o lucro por ação foi de € (0,49) (€ (0,10) no ano anterior).
Situado em € (1,1) bilhão, o fluxo de caixa livre antes das fusões e aquisições para o ano inteiro ficou bem abaixo do valor do ano anterior (€ (134) milhões). O principal motivo para a significativa saída de caixa foi o aumento de recursos financeiros vinculados nos primeiros nove meses do ano, principalmente nas empresas de materiais. O forte trimestre final, com entradas positivas de caixa totalizando € 1,4 bilhão - provenientes principalmente de empresas de materiais, da Components Technology e da Elevator Technology - não foi capaz de compensar esses eventos.
A dívida financeira líquida do Grupo era de € 3,7 bilhões em 30 de setembro de 2019 (€ 2,4 bilhões no ano anterior). Considerando a liquidez livre de € 7,3 bilhões e uma estrutura de vencimentos equilibrada, a thyssenkrupp permanece bem financiada.
O patrimônio líquido diminuiu de € 3,2 bilhões para € 2,2 bilhões no comparativo anual. Isso ocorreu em parte devido ao prejuízo líquido do exercício. Além disso, para os efeitos negativos das taxas de juros mais baixas, foi necessária uma reavaliação das obrigações com pensões. O gearing, a proporção da dívida financeira líquida em relação ao patrimônio líquido, era de cerca de 167% em 30 de setembro de 2019 (cerca de 74% no ano anterior). O limite de gearing acordado com os bancos financiadores foi, portanto, atingido.
No contexto do fraco desempenho operacional e da situação financeira, o Comitê Executivo e o Conselho de Administração vão propor à Assembleia Geral Anual em 31 de janeiro de 2020 o não pagamento de dividendos para o exercício fiscal de 2018/2019.
Previsão para 2019/2020
A thyssenkrupp é geralmente cautelosa em relação ao atual exercício de 2019/2020 . As incertezas econômicas e geopolíticas dão ao Grupo apenas uma visibilidade limitada. Particularmente nos negócios cíclicos de materiais e componentes automotivos, isso leva a uma previsibilidade restrita.
No contexto do progresso geral nas empresas de bens de capital e de uma tendência de lucro mais fraca nas empresas de materiais, o Comitê Executivo espera que o EBIT ajustado permaneça no nível do ano anterior. Ofluxo de caixa livre antes das fusões e aquisições deve ficar abaixo do nível do ano anterior. As entradas virão de melhorias operacionais, dependendo das entradas de pedidos e do perfil de pagamento dos projetos na construção de plantas e na Marine Systems. A esperada multa antitruste e os pagamentos significativamente mais altos para a reestruturação na faixa de algumas centenas de milhões de euros, como resultado da implementação do “newtk”, terão um impacto negativo. As despesas com a intensificação da reestruturação (efeitos especiais) resultarão em uma perda líquida significativamente maior no ano em relação ao ano anterior.
O material de filmagem atual pode ser encontrado aqui
1 A reclassificação das atividades siderúrgicas como “operações continuadas” leva ao reconhecimento retrospectivo da depreciação programada que havia sido suspensa. Os lucros no primeiro semestre de 2018/2019 foram subsequentemente impactados negativamente em € 228 milhões, enquanto os lucros no quarto trimestre de 2017/2018 foram impactados negativamente em € 107 milhões (ambos antes de impostos).